quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A PENA VIVENTE





Flutuou sem vínculos ao vento até ser arrebatada em tinta

Para virar notícia e informar o vento

Indiferente para rumo certo mas com muitos alvos

Manchou-se do sangue das tragédias

Mantendo viva a memória dos mortos

E a coragem dos bravos

Questionando o lado certo de cada trincheira à luz do sol

E nas caladas da noite

Destemida ao marginal e incólume ao mau cheiro

Cativou interesses e convidou incansável ao avanço de sua sempre surpreendente perspectiva

Ainda que afrontada pelo embaraço de persistentes engrenagens do poder insano

E da fome sem fim das inovações energéticas redutoras do pensar

Vivente em ofensiva para espelhar a dor e o amor sem jamais violentar

Sendo mesmo pena e por óbvio tendo nascido para o mais livre dos voos

Alce mais um ano e pela eternidade flamejando a mão humana adjetiva de sua tenacidade

Feliz e próspero 2013!


Jussara Paschoini