terça-feira, 11 de outubro de 2011
QUANTO VALE SUA PALAVRA ?
Quando se pensa em palavra, logo se divisa a falada da escrita e logo também se rememora esse fruto racional capaz de traduzir tanto a respeito de tudo. A palavra é um dos reflexos mais importantes do que somos e da forma com a qual nos relacionamos e é mesmo maravilhoso que tantos sentidos e interpretações possam estar embutidos nas palavras e no bom ou mal uso que dela possamos fazer.
Palavras ao vento ou palavras gravadas para se apresentar nos momentos de dúvida ou necessidade, muito mais do que sons ou símbolos gráficos, as palavras contém uma atitude e toda atitude tende ao menos a produzir um efeito, qual seja, a compreensão dos seus receptores ou inverso. E aí se assinale a possível ignorância de quem recepta...
Quem fala ou escreve pode intencionar dizer muitas coisas, mas também fazer compreender muitas outras, porque dentro de um assunto, sempre haverá um sentido próximo e outro mais distante ainda que ambos traduzam distintas correlações.
Nos dias atuais com os avanços tecnológicos permitentes da publicidade de relacionamentos em palavras por vias da fibra ótica e do satélite nas grades e teias sociais de recados e cifras disponíveis, interessante notar uma constrangedora legitimação de termos significativos lançados a bel prazer de usuários descompromissados de atitude correspondente ao que expõem.
O valor da palavra em atitudes vem se resumindo a clicar uma publicação, uma idéia, um fato, e se isso não corresponder a nenhuma realidade ou sentido, é legítimo, porque ninguém quer compromisso com a palavra, o importante é desabafar, fazer valer um momento qualquer, um desejo qualquer, poder injetar-se com a idéia de que se fez algo a respeito de si, ao menos no plano ideal, desde que isso possa ser veementemente negado no dia seguinte ou dez minutos depois, por que não? Ao vômito com o compreendido!!! Ignorante de quem se incomodar!!!
Não é que a palavra não valha um desabafo e que não sirva a momentos de pura e simples extravasão, mas, liberar a palavra de qualquer atitude é um decréscimo evolutivo merecedor de reparo porque das palavras e atitudes correspondentes é que os relacionamentos nascem para produzir bons ou maus resultados, gente coerente e confiável ou gente incoerente e descartável.
É de gente coerente e confiável que uma sociedade se solidifica para produzir escolhas capazes de se traduzir em uma política capaz de realizar o bem comum.
Dilema há em que muito descartável pode ser produzido por trás de magníficos teclados e honradas telas enquanto recebemos emocionados a perfeição da era digital.
Se investimos nosso tempo e energia em palavras sem valor, a tendência é que sejamos tão descartáveis quanto elas, afinal, o que somos além de barro se não fizermos valer algum verbo?
Jussara Paschoini
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário