Tempos de
furores ecológicos pormenorizam detalhes da preservação ambiental dedicando
afora ativismos políticos de indumentária verde, pesquisas acerca de espécies
vegetais e animais, monitoramentos, mapeamentos, planos de recuperação e
resgate de áreas naturais, enfim ativam-se com algum apoio e muita força de
vontade um ainda insuficiente movimento para redesignar parâmetros de boa
exploração e uso da biosfera.
Arqueologia e
artes restauradoras da história nas diversas expressões da humanidade
beneficiam-se de avanços científicos permitentes de novas linhas de
investigação e acesso ao achado e preservado para efeitos de avivar o quanto de
esplêndido existiu como quadro da existência em diferentes enfoques e modos de
evolução cultural. Tudo isso resultando no acervo de alguns museus muito pouco
conhecidos e muito pouco acessíveis ao cidadão comum, bem como na produção de
teses e estudos nem sempre publicados ou trazidos à análise de comunidades
científicas universitárias.
No entanto, a
expansão em voga é a tecnológica, o superpoder dominante no mercado é a energia
e a informação rápida, baseada em inovações vulgares de rudimentos científicos
apresentados periodicamente como a grande revolução em matéria do interesse
consumista que arrasta milhões de um lado para outro sem ofertar praticamente
nada em termos de avanço relevante ou efetivo.
É o império da
novidade momentânea com status futurista, na verdade um artifício idiota e repetitivo de
máquinas que só mudam de peso, aparência, tamanho e principalmente de preço,
simplesmente porque não têm maior extrato de aprimoramento, não pelo menos sem
desvirtuar a sua essência de funcionamento por princípio.
Nesse contexto
é lamentável notar o quanto do conteúdo econômico plausível a desenvoltura de
valores intelectuais de potencial produtivo fica barrado na seara
experimental do consumidor tecnológico de engodos sazonais, movimentando
recursos de forma inócua. Daí a careta dos investimentos, a falta de mão de
obra qualificada, a estagnação da prestação de serviços e a insuficiência das
ações virtuais e tecnocratas para aquecer o mercado, cercado no seu rodopiar
sobre os próprios pés, mas paradoxalmente pretenso de expansão.
O luxo
permanece incólume nas produções artísticas de design exclusivo enquanto
excrementos tecnológicos programam o crescimento da indústria e do comércio na
rota da insensatez garantida. Novos modelos não são novos modelos, são testes
de consumo e as cobaias pagam o preço da crise, crentes de vivenciar o caminho
do progresso.
É interessante
lançar olhos para a ciência desvinculada das tacadas empresariais majoritárias e da lucratividade fagocitária, para as divergências paradigmáticas e para ações firmadas com esse
sentido, deixar de partilhar os riscos e transtornos do dinheiro fácil em prol
de um enriquecimento fictício e ilegítimo permanentes.
A indústria
automobilística e o petróleo continuam a centralizar soberanos o universo das
atenções analíticas de valor econômico, mas são os oponentes das necessidades
de transporte coletivo eficiente e acessível e o uso de energia limpa o
contraponto de relevo, o princípio evolutivo, a inovação disponível a quem não
está ativado na produção e na robótica econômica tradicional, o nicho a ser
mais explorado a exemplo de tantos outros que não precisam eliminar a
manutenção dos "males" vigentes, mas merecem abertura e destinação de recursos dirigidos na substituição do que já não é mesmo mais nenhuma inovação e sim desgastante
engodo.
Jussara Paschoini
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