quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma simples verdade



O nosso lugar é dentro de nós mesmos. Não podemos usufruir do cérebro, do coração e nem dos olhos de outras pessoas.

É difícil, mas temos que ser nós mesmos o tempo todo, caminhar com as nossas pernas mesmo que nem sempre saibamos onde queremos ir.

Pode ser entediante, sem graça, inútil, mas tudo que nos pertence de fato e de direito está em nós, então isso é o principal, o que merece cuidado, esforço, valor e dimensão, inclusive exterior, porque só isso evolui a favor ou contra o nosso bem estar.

Geralmente admiramos belas imagens, belos ambientes, músicas agradáveis. Tememos a sujeira, a violência, a desordem e guiamos nossas vidas de acordo com isso e não raro percebemos não estar nem mais nem menos felizes, nem mais nem menos inseguros e muitas vezes o lamentável resultado disso é ganância.

Ganância ou desespero para alcançar no mundo exterior o que só o interior pode nos proporcionar.

Adianta ao ganancioso adquirir obras de arte que jamais compreenderá? Conquistar pessoas que jamais conhecerá e vice-versa? Distanciar-se da realidade ao ponto de acreditar poder dominá-la com o pensamento e seus derivados?

Nada de grandioso pode advir do nosso verdadeiro ser, grandiosidade é valor externo, mas quão difícil é lidar com a nossa pequenez e torná-la o mais adequado dos abrigos de onde os ideais nascem para determinar o nosso rumo quando isso implica talvez, na mais absoluta falta de reconhecimento?

A verdade é simples: Sempre seremos nós mesmos. Nada de caro vai compensar o preço a se pagar quando, em nossa desafiante pequenez, não formos suficientes para as alegrias ou decepções plantadas do lado de fora.

Assim, antes de correr para honrosos atos caridosos, antes de alcançar a salvação, tenhamos piedade do nosso mendigo interior, ele pode ter boas histórias para contar!

Jussara Paschoini

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