terça-feira, 22 de março de 2011

OS FATOS




O que são, afinal, os fatos, esses componentes da realidade ao qual somos incessantemente convidados a nos relacionar, aos quais nossas idéias “devem” corresponder? São simplesmente os acontecimentos externos que analisamos de acordo com alguns critérios próprios ou culturais, isso, dentro dos limites de nossos sentidos e percepções.

Critérios são modos correspondentes aos interesses que se pretende realizar diante dos fatos, as atitudes a serem tomadas ou não para consecução de objetivos variados ou variáveis de cada um.

A experiência nada mais é do que o registro dos fatos e, suas conseqüências, servem de referencial, mas não são determinantes absolutos da pessoa e muito menos dos fatos na medida em que ocorrem. Se a experiência pesar muito, a noção dos fatos ficará ainda mais comprometida, para além dos limites naturais.

Cada fato é um fato, vai possuir elementos palpáveis e elementos a serem desvendados, ocasionando atitudes conseqüentes conforme o critério empregado.

Independentemente do critério e da experiência, os fatos vão falar por si e produzir efeitos a serem administrados pela pessoa, tanto se alcançar o objetivo quanto se ocorrer o contrário ou apenas diferente, o que é mais comum.

Dificuldade maior reside em encontrar mais do que critérios, convicções individuais , quando tantos deveres são alardeados aos quatro cantos como nobres, úteis, grandiosos, prazerosos, e enfim, corretos, por uma dita experiência capaz de anular qualquer originalidade, confundindo conformismo com maturidade, execução automática e previsível com sucesso.

Os princípios da felicidade/utilidade são muitos e os felizes, proporcionalmente, nem tanto.

E os fatos, estes continuam a falar por si, independentes que são dos critérios, todavia, as conseqüências, os resultados, estes sim, por determinados, poderão responder não apenas a algum critério, mas, principalmente, à força que só se adquire pela convicção individual, aquela capaz de nos atribuir valor apesar de toda surpresa e vicissitude diante do indomável e do desconhecido.

A convicção, assim como os critérios, não é garantia de acerto a qualquer objetivo, é o acerto para consigo mesmo, o permitente da vontade lançada a qualquer nível para elevação ou anuência ao quanto for satisfação real.

É pela convicção que os fatos passam e o ser íntegro prevalece conquistando seu justo lugar em si mesmo, sem usurpar vontades ou condições alheias, o que se por sua vez, contrariamente ocorre, é diferente e por autoridade, uma mentira que satisfaz.

Jussara Paschoini

Nenhum comentário:

Postar um comentário