Minha opinião
sobre sexo é de que é supervalorizado. Tudo se resolve com sexo e talvez seja
mesmo natural que seja assim, talvez eu tenha mantido, por conveniência, uma
noção abafada sobre o assunto, simplesmente porque acho carregado demais e
confesso não entendo o caráter solar dessa fisiologia para que tanto gire em
torno dela, mas vivendo em vida planetária é impossível ignorar, deixar de
enredar na cadeia dos mitos ou invocar algum interesse importante de volume
mais baixo.
Primeiramente
penso que sexo se for a dois precisa ser bom, muito gostoso mesmo, caso
contrário descompensa o exercício. Explico por que: envolve secreções e odores
de outra pessoa, obrigatoriedade, repito, obrigatoriedade de método
anticoncepcional e preservativo, local apropriado, clima apropriado, revelações
apropriadas e óbvio um grau pertinente de excitação que creio, não se obtém com uma
piscadinha repentinamente mais interessante do que se imaginava.
Sequencialmente
penso que se desprezadas todas as questões prévias de um bom sexo por algum
grau de excitação proporcionalmente compensador? Tal resulta numa dor de cabeça daquelas de
procurar médico e fazer exames de autoacusação física e psicológica, para não
falar da ressaca afetiva se o desempenho tiver deixado a desejar, observando
que orgasmo no meu entender é parte pequena da história toda, para despeito das
revistinhas destinadas ao meu gênero.
Cabe abrir um
parêntese para apontar a possível alergia ao látex somada a má impressão decretada ao
porte de preservativos específicos por parte de mulheres a serem consideradas
por seu caráter “de bem”, como circunstância de vigente constrangimento, além
de causadora de uma coceira próxima dos infernos.
Vistas estas
questões pertinentes a quem sente a implicação de ter iniciado a vida
sexual em tempos de descoberta e disseminação da AIDS estigmatizada nos grupos
de risco e com o já corrente e institucionalizado uso de anticoncepcionais,
tendo o desafio de arrancar na vida profissional para não incidir nos enganos
que engasgaram as feministas e no qual dormem as prostitutas, sexo não é só difícil, mas muito mais apavorante
do que tentam fazer crer as muitíssimo predominantes exposições e atrativos
públicos ou publicitários.
Para completar,
vem a miscelânea freudiana fundamentar todo equilíbrio e bem estar de alguém no
seu adequado comportamento durante as diferentes fases da libido, o que inclui
a concretização de um casamento bem sucedido, preferencialmente com realização
do “instinto reprodutivo”, por sua vez, diametralmente inverso ao
comprovadamente diminuto bom senso da minha geração ao tentar como de fato
persistem as gerações sequentes, manter viva e eterna a máxima do “crescei e
multiplicai-vos no seio da sagrada tradição, propriedade e família”(enquanto é tempo).
Ser de família
é outro problema que começa com a própria e continua naquela que não se
pretende repetir, mas que dizem os sábios, se repete, quer se queira ou não,
numa circunstância para ser superada à medida que a idade evolui para longe
da impressão de que somos mesmo sem solução.
Voltando, porém,
ao sexo e vistos esses problemas nunca expostos numa cena cinematográfica das
mais excitantes ou num livro de sacanagem dos bons, mais do que dinheiro, poder
ou fama, é perceptível que com ou sem as bênçãos familiares, as sex machines personificam
o desprendimento arrojado de seres espontâneos de bem com a vida. Resolvi
assumir que estou de mal simplesmente porque não acredito, não aceito e
discordo.
Entendo
pessoalmente, e isto é, muito pessoalmente, que sexo é inevitável e relação
sexual é responsabilidade antes mesmo de ser obrigação, circunstância a tornar o
acontecimento mais sério do que aposta a economia e legitimam as uniões
conjugais porque o sexo não resolve nenhum dos dois a não ser no tangente a
venda de acessórios ou o registro de documentos, além é claro, de eventualmente
pagar alguns honorários dos especializados no assunto.
O sexo e o sol
estão ali disputando o começo e o fim do mundo, rendo-me a tal compreensão e
caminho pela vida sem me importar muito com isso.
Assumindo
assim, minha nem tão grande brochada próxima da mal querida e falada abstinência, me
importa salientar ter pleno conhecimento e acesso sobre as facilidades do "casual chique"
no tocante ao assunto e simplesmente não me comover com a oferta por todos os
motivos que expus, ao mesmo tempo em que renego com todas as forças restantes
esse chororô de fazer amor ser diferente. Acho mais desanimador ainda, admito, com todo o respeito.
Sexo legal para
mim não combina com manobras radicais, independe de amor e de compromisso mas é com muito conteúdo pessoal o que demanda
tempo difícil numa conjuntura que em geral está mais para o acaso dos proveitos rápidos ou para
aqueles dois dispensáveis.
Fundamental é
ter atração, amizade e, óbvio, relacionamento (melação e cobrança, à parte).Entretanto,
para o sexo chegar a ser gostoso mesmo e compensar o exercício por treino, a
demanda para sentidos e finalidades vigentes nem sempre o permite, pelo menos não
com frequência, e as fantasias ficam pairando pneumáticas numa suposta guerrinha de
seres ultra potentes e ou sensíveis, bem resolvidos ou mais, nobres
preservadores da vida, da moral e dos bons costumes dos mais variados tipos possessórios. E que se faça então, bom proveito, sem medo de ser feliz.
Manifesto
claramente meu ponto de vista porque nunca correspondi ao modelo sócio
patriarcal e aos fundos edipianos e equivalentes complexos apesar de notar melhor minha intenção de
vida no meu atual estágio. Não significa oportuna disposição
para o mundo das variedades ocasionalmente representativas de uma mentalidade pseudomoderna, a mim insatisfatória independentemente dos preconceitos que deixei de
portar há muito e bem mais do que participantes de parada gay e seus casórios monogâmicos
juramentados papai e mamãe.
Enxergo
mais fingimento do que prazer nas diretrizes relacionais muito expostas e
discutidas em pormenores da atualidade liberal e por mais que não me arrogue
realista por condições dogmáticas pretensas da verdade cuja sagração questiono
por disciplina mesmo, prazer fingido dá má digestão e gases, entre outras
mazelas cuja explicitação deixo aos mais espertos e bem vividos no bem trajar
ou não da Camisa de Vênus, primeira no prafentex e última numa atitude fashion
bem direcionada aos amantes.
O que acredito como bom lema é: "não façam amor e
não façam guerra, mantenham uma boca saudável, sejam pela oralidade e outras manifestações de ideia!"
Jussara Paschoini