segunda-feira, 6 de maio de 2013

A ECONOMIA E O TEMPO PARLAMENTAR EM QUE GENI PAROU DE CHORAR



Temos muito e nenhum tempo para viver, porque viver não é nada se não considerado com relação a algo como o tempo ou outra medida.

A relação entre a vida e o tempo é uma composição do começo ao fim e é certo que entrementes há o grande detalhe tributado contra a morte, portanto, pura e simplesmente pela provisão de vitualhas. Somos fome, vontade e amor.

Somos também é claro, um reflexo de emprego, juros e moeda e sem a arrogância de mencionar o teórico por talvez haver dissonância de matérias e mais, de intenções, é interessante observar que a demanda, aquela mesma, a que se contrabalança com a oferta, trata o montante do capital investido por unidade de tempo a depender da produtividade, ao passo que a adversa da balança trata de poupança a depender da taxa de juros.

Demanda e oferta redundam ambas na produtividade elementar de renda onde a taxa de juros medeia a caracterização de eficiência funcional, numa relação mais clara para o investimento do que para a poupança. O primeiro baseia-se na propensão ao consumo a segunda na preferência pela liquidez, ou seja, pela maior certeza e posse de um grau mais elevado de poder de troca.

Vulgarmente se está diante da velha questão: Coisas ou dinheiro?  E nela as coisas são mais visíveis e quando se trata de taxa de juros, a especulação tem feição mais definida do que a precaução.

Raciocinar economicamente falando é método de indução da política bancária quer pretenda ela disponibilizar ou restringir a oferta de moeda numa resultante da existência total de dinheiro nacional com a diminuição do que for necessário para a circulação ativa onde se estabelece o nível geral de preços em parte flexível e em parte dependente dos custos de produção inclusos da taxa nominal de salários.

É na taxa nominal de salários, por conseguinte, o microcosmo importante para observar o capital investido “por unidade de tempo”, onde a convenção dominante da unidade de tempo do trabalhador corresponde geralmente a um terço do dia, ou seja, oito horas.

História normal e eteceteras: oito horas na frente do computador,  montando peças, oito horas catando lixo, oito horas matando animais ou tirando leite, oito horas em cima de um trator, oito horas colhendo vegetais, oito horas desossando carne, oito horas atendendo doentes, oito horas passando produtos ou serviços no leitor ótico de um caixa, oito horas empacotando, oito horas cortando cana, oito horas dirigindo, cavando ou tapando buraco,  espalhando agrotóxico, oito horas decidindo como melhor aproveitar as oito horas dos empregados, arquitetando, oito horas discutindo ou decidindo como ou o que discutir e, em outras oito horas ou se dorme ou não se cumpre as oito horas do dia seguinte.

As horas extras geralmente excedentes das oito disponíveis e outras jornadas maiores e ou convencionais são bastante possíveis em dez minutos na Justiça do Trabalho, taxados com altos juros e correção monetária para a hipótese eterna de não serem rapidamente resolvidas em oito horas de portentosa promoção de acordos.

Então, pelo menos matematicamente falando, oito horas restam para viver ou se perpetuar, ou melhor, para consumir e é importante para a política bancária que se consuma principalmente comida e bebida industrializada ou se gaste mais tempo cozinhando, assistindo à publicidade televisiva e internauta, locomovendo-se em transporte coletivo de quinta categoria ou num trânsito lento e violento, de preferência dentro do carro popular do ano, adquirido com custos financeiros bem acima dos pagos na reserva impossível para a casa própria, esta talvez disponível mediante semelhante dívida elevada à "trigésima" potência anual.



Férias! Vinte ou trinta dias (dez dos trinta são venais ou agora pode dividir por três né?), uma vez por ano, com ou sem saber para onde ir, se é que ainda dá.

Cogita-se o campo ou a praia algum dia, e daí? Separa-se o lixo reciclável e frequentam-se diversos estabelecimentos comerciais em busca pelos melhores preços para manter o valor do dinheiro e não flexibilizar o nível destes, observando-se a já corrente e bastante conveniente prática de que tais estabelecimentos funcionem pelo menos dois terços do dia e todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.
Muito consumo, dinheiro barato e caro para quem?

Para os desempregados, desesperados, marginalizados e possíveis burladores da lei ou integrantes do alto índice compensável de inadimplência dos cartões de crédito.

Multiplicadores, divisores e a pergunta é qual seria a unidade de tempo de uma vida?

Aquela onde trabalhar e consumir não fosse mais obrigatório do que o natural ou efetivamente voluntário, onde os fatos e dificuldades pudessem ser particularizados e a presença das pessoas fosse mais querida do que o só o preço que elas podem pagar, onde o humano fosse menos servo de si mesmo e seus semelhantes com fulcro na veneração penitencial das mais encaixáveis deidades.

Na prática, melhoria do transporte coletivo e das vias de acesso aos meios pedestres e similares, jornada de trabalho menor, instrumentalizada pela valorização convencional de vontades lógicas e razoáveis de mútuos interesses valorativos, implementos de toda a ordem educacional e profissionalizante, oferta de serviços compatíveis com a oferta de produtos e apoio às pequenas e médias empresas, fiscalização e controle da oferta de créditos, isso como principal.

Com efeito, gradual diminuição da intervenção estatal nas relações de trabalho e maior intervenção estatal nas relações de capital.

O foco da política bancária precisa ser humanizado em nome do bem comum pelo arrefecer da oferta bisbilhoteira de moeda com a potencialização da oferta de riscos dirigidos e compartilhados, o que significa a associação financeira e intelectual no estabelecer causal da demanda, inclusive de e com destino a serviços. A demanda, aliás, nunca deixará de ser social ou sujeita a disposições e preferências individuais cuja qualificação é exigência da modernidade.

Por óbvio e finalmente, a correta destinação dos recursos públicos concorrentes pela tributação e destinação aos serviços de saúde qualificados na graduação somada à prática, ensino, principalmente de primeiro e segundo graus, bem como a justa definição de caminhos previdenciários são fundamentos inarredáveis sem os quais não há política bancária pertinente à caracterização de seguridade de valores com autenticidade líquida, pelo que a cultura corrupta e a ganância usurária é combate quotidiano por sua dimensão, para bem mais de oito horas diárias.


Jussara Paschoini



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