quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MACHOS MECENAS

 
 

 Mirem-se no exemplo
Daqueles machos mecenas
Vivem pros seus apoios
País, governos e dinheiro
 
Quando aplaudidos se inflam
Enchem a cara e a barriga
O bolso acena
Quando criticados se isolam
Se planejam e te degolam
Sem muita pena, gangrena!
 
 
Mirem-se no exemplo
Daqueles machos mecenas
Vivem por seus direitos
Heroicos feitos perfeitos
 
Quando eles escutam seus nomes
Eles tecem tramas e letras
Mil operetas
Vivem quase sempre sedentos
Querem arrancar violentos
Seus dez por cento, jumentos!
 
Mirem-se no exemplo daqueles machos mecenas
Sofrem por suas Lavínias
Brastemp à pilha, obscenas
 
 
Quando eles são questionados
Costumam ficar injuriados
De ego pequeno
Mas no fim da noite bebaços
Quase se intitulam Picassos
De toda a cena, Cartagena!
 
Mirem-se no exemplo
Daqueles machos mecenas
Geram pro poder público
Os novos baianos de antena
 
Eles não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm patrocínio
Não têm sonho, só têm presságio
A sua parte, cobrando pedágio
Lindas doletas, caxetas
 
Mirem-se no exemplo
Daqueles machos mecenas
Temem o pobre e a pobreza
Beleza e mesa à portuguesa, com certeza
 
Os jovens no eixo marcados
E os menores abandonados
Em quarentena
Roupa preta e overloque
Nos protestos uns Black Blocks
Tudo é novena, morena!
 
Mirem-se no exemplo
Daqueles machos mecenas
Secam letras e pingos
Todos sua propriedade, apenas...

(Composição popular brasileira e última hora)

 

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