segunda-feira, 15 de julho de 2013

SE OPORTUNIDADE NÃO FOR OPORTUNISMO A EXPERIÊNCIA É SEMPRE PRODUTIVA

 
 
 

Para se falar em criação, ainda que se trate despretensiosamente de uma obra de arte em classe dadaísta é preciso convir que mesmo para o discorde haja uma sistemática. Quando um elemento se une a outro e faz surgir mais um, dois ou dez outros elementos está-se diante de uma construção, de uma sistemática que partindo de alguma base estabelece caminhos outros, diferentes e variáveis subjetiva e objetivamente.   

 

Classes artísticas ou científicas têm em comum sua condição de entidades vagas, sujeitas a interpretação cognitiva e explicativa e existe quem valorize mais a percepção e quem valorize mais a conjectura lógica entre a atividade e uma sistemática reconhecida pela redução teórica ou pela capacidade de alcance hipotético no qual releva a proximidade com soluções historicamente esquematizadas e reconhecidas.

 

Neste sentido é plausível apontar para o fato de que a simples especulação é característica comum, disponível a generalidade e a especulação guiada é característica das classes artísticas ou científicas.

 

Os que valorizam mais a percepção criticam o desprezo de detalhes oriundo das bases experimentais sagradas à condição pré-científica como passíveis ao arbítrio degenerativo da especulação em fantasia.

 

Os que valorizam mais a autoridade demonstrativa dos sistemas explicativos criticam a falta de confirmação dos conteúdos de especulação dissociados de uma finalidade determinada, rumo a aproximar-se ao máximo da realidade, segundo critérios fenomenológicos ordenados para a oferta de respostas reiteradamente obtidas e por isso registradas.

 

Não é necessário ter imensa sabedoria para compreender que especulação e explicação são complementares em qualquer contexto, mas o contexto em si é a experiência e nem uma ou outra servem, na prática, se desvinculadas do contexto, o que, com genuinidade faz lembrar uma embalagem de queijo ralado, onde uma vaquinha segura uma embalagem de queijo ralado, onde uma vaquinha segura uma embalagem de queijo ralado e assim sucessivamente ao infinito.

 

Trata-se então de demonstrar a progressão eterna dos conteúdos que se repetem caso não sejam relativizados em um contexto, no caso, macro ou microscópico, por exemplo, onde talvez um ponto já não possa mais ser considerado uma vaquinha segurando uma embalagem de queijo ralado, rompendo pois, pela desvirtuação dimensional de traços necessários, a concepção infinita percebida a princípio.

 

Virtualmente ou convencionalmente o infinito poderá ser mantido então, mas na prática, um ponto será um ponto e não mais uma vaquinha segurando um pacote de queijo ralado, fundamental para arrematar uma boa macarronada a quem não tem intolerância à lactose ou tem, mas, prefere pagar o preço do prazer, possivelmente com um parmesão de melhor cura e de marketing menos antigo.

 

E eis a importância da experiência, a oportunidade de cada contexto para formar o cientista e o artista capaz de compensar-se mais com o que faz do que com o que pode comprar sendo assim mais certo evoluir da embalagem para o Reggio Italiano de origem controlada, ralado na hora para satisfação da maioria dos paladares.

 

Seria oportuno cavoucar juridicidades do “Programa mais Médicos” e a condição remunerada garantida aos estudantes de medicina que ingressarem no curso a partir de 2.015 com obrigação de atender ao SUS por dois anos como meio de conclusão integrada de ensino-serviço.  Isso principalmente pela intermediação de agentes comunitários no “Saúde da Família”, como soa estar previsto.

 

Entretanto, independentemente de amparo legal, desconfio dos governantes e temo pelos abusos, bem como pelo desvio tanto de intenções como de recursos, além da “lombalgia” de custos que geralmente ululam apontamentos desavergonhados no sugestivo de impingirem ônus aos ganhos de trabalho, enquanto se eterniza a vaquinha incólume dos pontos longínquos e nem por isso menos marcantes dos grandes ganhos de capital.

Não obstante, considero a hipótese teoricamente programada muito favorável em termos de experiência e oportunidade, aconselhável até a outros ramos do binômio ciência e arte atualmente submissos a critérios incógnitos de “X”  à concursados para vitalícios serviços e cargos públicos.

 
E daqui a uns dez anos então, gostaria de brindar a uma teoricamente emergente leva de profissionais, na prática, talvez, mais capazes de construir um sistema que abrigue o cumprimento da Constituição sem ferir por uma política hermeticamente racionalista ou desconformemente antirrealista, o ideal inarredável da prevenção e cura eficaz de doenças, não perdendo de vista o ambiente e instrumentais imprescindíveis à efetivação do dever do Estado e do direito de todos os cidadãos.

 

Jussara Paschoini

 

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