Para
se falar em criação, ainda que se trate despretensiosamente de uma
obra de arte em classe dadaísta é preciso convir que mesmo para o discorde haja
uma sistemática. Quando um elemento se une a outro e faz surgir mais um, dois
ou dez outros elementos está-se diante de uma construção, de uma sistemática
que partindo de alguma base estabelece caminhos outros, diferentes e variáveis
subjetiva e objetivamente.
Classes
artísticas ou científicas têm em comum sua condição de entidades vagas,
sujeitas a interpretação cognitiva e explicativa e existe quem valorize mais a
percepção e quem valorize mais a conjectura lógica entre a atividade e uma
sistemática reconhecida pela redução teórica ou pela capacidade de alcance
hipotético no qual releva a proximidade com soluções historicamente
esquematizadas e reconhecidas.
Neste
sentido é plausível apontar para o fato de que a simples especulação é
característica comum, disponível a generalidade e a especulação guiada é
característica das classes artísticas ou científicas.
Os
que valorizam mais a percepção criticam o desprezo de detalhes oriundo das
bases experimentais sagradas à condição pré-científica como passíveis ao arbítrio
degenerativo da especulação em fantasia.
Os
que valorizam mais a autoridade demonstrativa dos sistemas explicativos
criticam a falta de confirmação dos conteúdos de especulação dissociados de uma
finalidade determinada, rumo a aproximar-se ao máximo da realidade, segundo
critérios fenomenológicos ordenados para a oferta de respostas reiteradamente
obtidas e por isso registradas.
Não
é necessário ter imensa sabedoria para compreender que especulação e explicação
são complementares em qualquer contexto, mas o contexto em si é a experiência e
nem uma ou outra servem, na prática, se desvinculadas do contexto, o que, com
genuinidade faz lembrar uma embalagem de queijo ralado, onde uma vaquinha
segura uma embalagem de queijo ralado, onde uma vaquinha segura uma embalagem
de queijo ralado e assim sucessivamente ao infinito.
Trata-se
então de demonstrar a progressão eterna dos conteúdos que se repetem caso não sejam
relativizados em um contexto, no caso, macro ou microscópico, por exemplo, onde
talvez um ponto já não possa mais ser considerado uma vaquinha segurando uma
embalagem de queijo ralado, rompendo pois, pela desvirtuação dimensional de
traços necessários, a concepção infinita percebida a princípio.
Virtualmente
ou convencionalmente o infinito poderá ser mantido então, mas na prática, um
ponto será um ponto e não mais uma vaquinha segurando um pacote de queijo
ralado, fundamental para arrematar uma boa macarronada a quem não tem
intolerância à lactose ou tem, mas, prefere pagar o preço do prazer,
possivelmente com um parmesão de melhor cura e de
marketing menos antigo.
E
eis a importância da experiência, a oportunidade de cada contexto para formar o
cientista e o artista capaz de compensar-se mais com o que faz do que com o que
pode comprar sendo assim mais certo evoluir da embalagem para o Reggio Italiano
de origem controlada, ralado na hora para satisfação da maioria dos paladares.
Seria
oportuno cavoucar juridicidades do “Programa mais Médicos” e a condição
remunerada garantida aos estudantes de medicina que ingressarem no curso a
partir de 2.015 com obrigação de atender ao SUS por dois anos como meio de
conclusão integrada de ensino-serviço. Isso principalmente pela
intermediação de agentes comunitários no “Saúde da Família”, como soa estar previsto.
Entretanto,
independentemente de amparo legal, desconfio dos governantes e temo pelos abusos, bem como pelo desvio tanto de
intenções como de recursos, além da “lombalgia” de custos que geralmente ululam
apontamentos desavergonhados no sugestivo de impingirem ônus aos ganhos de trabalho,
enquanto se eterniza a vaquinha incólume dos pontos longínquos e nem por isso
menos marcantes dos grandes ganhos de capital.
Não
obstante, considero a hipótese teoricamente programada muito favorável em
termos de experiência e oportunidade, aconselhável até a outros ramos do binômio
ciência e arte atualmente submissos a critérios incógnitos de “X” à concursados
para vitalícios serviços e cargos públicos.
E
daqui a uns dez anos então, gostaria de brindar a uma teoricamente emergente
leva de profissionais, na prática, talvez, mais capazes de construir um sistema
que abrigue o cumprimento da Constituição sem ferir por uma política
hermeticamente racionalista ou desconformemente antirrealista, o ideal
inarredável da prevenção e cura eficaz de doenças, não perdendo de vista o ambiente e instrumentais imprescindíveis à efetivação do dever do Estado e do direito de
todos os cidadãos.
Jussara
Paschoini
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