É crível ao ser humano emergir de
fontes, de classes e atingir níveis na medida em que confronta e supera suas
dúvidas tanto acerca de si mesmo quanto acerca do mundo circundante onde
conquista espaço, imagem e registros definitivos.
Interessante observar, contudo,
seja qual for a classe ou o nível das fontes, aqueles autênticos no que são,
visíveis em personalidade e aqueles permanentes no alarde de suas respectivas
posições, extremamente defensivos acerca de suas diferenças já que muito
dedicaram em termos de conquista e precisam de reconhecimento.
Dinheiro ou qualquer outro componente
da ascensão ou dissenção dos diversos níveis computados nos valores sociais
demarcam mais do que limites de agrupamento mas a noção ideológica de um ser
sobre si próprio, muitas vezes a atingir clara condição de soberba, ou seja, o
ponto cego de quem enxerga pelo retrovisor o longo caminho pelo qual passou e
as belas paisagens viu sem atentar ao panorama frontal e muito menos à matéria lateral , o conteúdo acima ou abaixo, nascendo sob seus olhos, gritando na
mente ou vibrando no coração.
É sem desmerecer as fontes
certamente brilhantes na busca intrínseca ao fato de estar vivo que digno se
faz o convívio aberto com algo mais do que a conquista, principalmente em
termos de visão, deixando a bagagem no seu devido lugar e presenciando em tempo
real a própria história, sendo personagem do cenário ainda que a tecnologia
holográfica possa reproduzir em três dimensões a pessoa que passou e todas as
suas fotos em detalhes.
Um mundo formado por mais personalidades
e menos ditado por conquistas, permitiria identidade coletiva em termos de princípios,
mais do que em termos de fontes e realização individual em termos de liberdade
e progresso, mais do que em termos de reconhecimento ou sucesso.
Jussara Paschoini
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