segunda-feira, 7 de maio de 2012

AS FONTES E A SOBERBA



É crível ao ser humano emergir de fontes, de classes e atingir níveis na medida em que confronta e supera suas dúvidas tanto acerca de si mesmo quanto acerca do mundo circundante onde conquista espaço, imagem e registros definitivos.

Interessante observar, contudo, seja qual for a classe ou o nível das fontes, aqueles autênticos no que são, visíveis em personalidade e aqueles permanentes no alarde de suas respectivas posições, extremamente defensivos acerca de suas diferenças já que muito dedicaram em termos de conquista e precisam de reconhecimento.
Dinheiro ou qualquer outro componente da ascensão ou dissenção dos diversos níveis computados nos valores sociais demarcam mais do que limites de agrupamento mas a noção ideológica de um ser sobre si próprio, muitas vezes a atingir clara condição de soberba, ou seja, o ponto cego de quem enxerga pelo retrovisor o longo caminho pelo qual passou e as belas paisagens viu sem atentar ao panorama frontal e muito menos à matéria lateral , o conteúdo acima ou abaixo, nascendo sob seus olhos, gritando na mente ou vibrando no coração.

É sem desmerecer as fontes certamente brilhantes na busca intrínseca ao fato de estar vivo que digno se faz o convívio aberto com algo mais do que a conquista, principalmente em termos de visão, deixando a bagagem no seu devido lugar e presenciando em tempo real a própria história, sendo personagem do cenário ainda que a tecnologia holográfica possa reproduzir em três dimensões a pessoa que passou e todas as suas fotos em detalhes.   

Um mundo formado por mais personalidades e menos ditado por conquistas, permitiria identidade coletiva em termos de princípios, mais do que em termos de fontes e realização individual em termos de liberdade e progresso, mais do que em termos de reconhecimento ou sucesso.

Jussara Paschoini

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