segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O IDEAL A SERVIÇO DA ECONOMIA E VICE-VERSA




Verdade seja dita, político profissional é sinônimo de desonestidade. É fato, nem ser síndico de prédio nos dias atuais configura retrato de boa conduta, o síndico é alguém que suportamos, às vezes até sustentamos porque não queremos mexer com a sujeira, não queremos nos expor aos pequenos detalhes do coletivo e se por acaso quisermos, ousarmos participar, o desgaste diante de interesses outros, já preparados e engendrados descompensa o fato de estar vivo, porque já somos cobrados suficientemente por nossas naturezas dependentes para ainda gastar mais tempo com quem estabeleceu, por outro lado, seu modo de vida, politicando, sendo comissionado daqui e dali, tirando um pouco dacolá e preparando o terreno para continuar assim o quanto for possível, até que outro mais esperto assuma o bagaço.

Quando corrupção vem à tona nela refletimos nossa fragilidade, o fato de estarmos sempre entre a cruz e a espada, porque ou vivemos o sacrifício da submissão ao desonesto ou morremos de raiva e de dor só de chegar perto. É triste e nem por isso morto, fato para fazer encarar a rebeldia, a vontade de atacar por todos os meios, a começar com os cerebrais, tudo que conspira contra o bom senso para redundar num simbólico descanso numa mesa de massagem ao preço da alma suja, presa num terno de grife, gravado numa comédia paparazzi, talvez com uma sobra pornográfica para fazer inglês rir ou chorar.

O preço da riqueza política é perfume francês para disfarçar o mau cheiro e quem quiser que feda junto.

Na contrapartida da ratoeira o pensamento, a discordância e a atitude antibiótica preventiva da contaminação, a crítica insistente, a visão comportamental distinta e o cultivo do amor.

Filho da puta nenhum sobrevive ao mau olhado da sociedade.

O político se vende porque existe quem o compra na manutenção do lamaçal reciclável, uma circunstância que leva a crer que se esse equilíbrio fosse quebrado, poderíamos viver num mundo mais ecológico.



Observamos as instituições financeiras engajadas em investir recursos de poupança nas produções de retorno teoricamente garantido, sustentadas pelo regime de controle publicitário das massas, um monstro devorador de mentes e corpos dispostos a tudo para supostos quinze minutos de glória, ou trinta anos de dívida para aquisição da casa própria.

Ofertas de crédito e retratos de inadimplência, juros exorbitantes e crises que se sucedem umas após as outras só evidenciam que algo de autodestrutivo está se processando quanto mais o fator humano é relegado a despeito de toda a gama de construção científica e intelectual depoente de força contrária.

Assim, se realça importante observar nos modelos econômicos de sucesso, algo que possa ser integrado às propostas de valor científico e cultural de relevo e quem sabe assim, dar maior utilidade aos entes políticos para assegurar integridade e retorno consistente às ações econômicas atuantes em escala verdadeiramente edificante.

O know-how presente nas franquias comerciais da atualidade vem traduzindo métodos bastante eficazes de investimento e construção empresarial privada, o que significa que determinada uma qualidade, uma marca e um modo operacional de sucesso, mediante instituição de conceitos operacionais articulados, o retorno de investimento acaba sendo muitíssimo preciso.

Do mesmo modo, tudo que se constitui interesse público (saúde, agricultura, educação, transporte e moradia) poderia angariar moldes franquiados de sagração de modelos científicos e culturais de valor para se ativar no mundo social com todos os amparos, inclusive publicitários para garantir retorno a todo investimento feito com essas premissas, no caso por ativação estatal integrada às forças econômicas.

Franquiar modelos de interesse público com a disponibilização de métodos, recursos e supervisão estatal poderia eliminar a inesgotável corrupção dos atos administrativos de concorrência, bem como direcionar a inoperância de servidores públicos burocráticos a ativação melhor direcionada por métodos de atuação aperfeiçoados pela presença ideológica.


Em suma, a riqueza intelectual do país, a qual se sabe presente, e sem a exclusão dos potenciais de mídia, uma vez observados os preceitos jurídicos constitucionais na realização do interesse público, poderiam franquiar ao privado modelos de execução, disponibilidade e supervisão capazes da garantir qualidade e retorno a toda e qualquer atividade relacionada, de modo a intensificar a cooperação dos interesses econômicos rumo a verdadeiras realizações.

Isso significaria menos mentiras postas a venda e mais dívidas pagas sob propostas melhor garantidas.

Cidadãos dirigidos pela livre iniciativa amparada tendem a evoluir naturalmente para resguardar o bem coletivo, uma circunstância que pode ter como consequência indivíduos de melhor estrutura psicossocial e, portanto, menos subjugados pela dependência na produção dos retardos da insegurança coletiva.

Apesar do mal estar atual e da infeliz expressão política somada à ciranda financeira de cançõezinhas inexpressivas conducentes de uma pobreza indisfarçável, alguma ideia é para se ter, alguma esperança é preciso acenar, não para ditar o que já é ditado, mas para pelo menos saber que todos poderiam mais que isso.

Jussara Paschoini




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